"DIVAGANDO A DOIS"
Izilda e Valdemiro
Miro doce miro amigo
É eterno de dezessete
Sempre esteve comigo
Desde os tempos do Tibete
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É verdade eu me lembro,
Até quando íamos pescar
Os monges nos vigiavam,
Sempre querendo ensinar.
Tínhamos de usar o arroz
Fincado numa engenhoca,
Usávamos só isca vegetal.
Para não judiar a minhoca.
Se pegássemos um peixe,
Tinha de soltar com cuidado
Tomávamos grande castigo,
Se ele ficasse machucado.
A coisa que eles deixavam
Sem ralhos e sem cochichos.
Era fazer amor com liberdade,
Igual fazia todos os bichos.
E no tempo de reencarnação,
Nunca tivemos desenganos,
Eu nunca saí de dezessete,
Você nunca dos quinze anos.
Trovador