Morador de Rua
Enquanto estou aqui
No aconchego do meu La
O meu próximo vive ali
Sem teto, no relento a vagar...
Dias e noites
Uma eterna realidade
Ou mera provação
Excluído da sociedade.
Oras quente; oras fria.
Outras chuvosas vagando...
Debaixo de pontes e marquises
Como um cão faminto, abandonado!
Humilhado, violentado
Pelo seu semelhante escravizado
Queimado, espancado, judiado.
Como se fosse um condenado!
Sem direito a perdão
Sem direito a revolta
Seguindo uma infeliz resignação.
Como dói meu coração!
Ver o meu irmão
Tratado como um nada, nenhum e ninguém.
Sendo manchete de programa de Tv.
Enquanto centenas de milhares os assistem
Mas ninguém consegue se compadecer
Nessas horas eu me pergunto:
Cadê os donos do poder?
Domingo, 15 de abril de 2012.