*CHOVIA
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
CHOVIA ... COMO CHOVIA!
TODO ENCHARCADO, A SENTIR A CHUVA
CAIR SOBRE MEU CORPO SEM RECLAMAR.
MOLHADO, MAS DE BEM COM A VIDA.
COMO A ESPERAR QUE ALGO DE BOM
ME ACONTECESSE
SEM QUE EU ESTIVESSE A ESPERAR.
RUA ALAGADA, COM BUEIROS CHEIOS.
SEM DAR VAZÃO AOS VERDADEIROS RIOS
QUE CORRIAM DIANTE DE MIM.
E PESSOAS CORRENDO PARA NÃO SE MOLHAREM.
CARROS COM PASSAGEIROS APRESSADOS
PARA CHEGAR AO SEU DESTINO.
DE REPENTE, UM VULTO SE APROXIMA
E COMO EU, IGUALMENTE, MOLHADO.
UM ROSTO E UM CORPO PERDIDOS ENTRE
A MULTIDÃO APRESSADA, NESTE FINAL DE DIA.
COM UM OLHAR VAGO, DISTANTE E FLUTUANTE.
QUEM SABE À ESPERA DE QUE.
SEM PREOCUPAÇÕES.
SEM DESTINO.
SEM NADA ESPERAR DE NADA, DE NINGUÉM,
NEM DE TUDO A SUA VOLTA.
UMA MULHER JÁ MADURA COM SEUS 50 ANOS
MAS JOVEM EM SUA MAGNÍFICA VONTADE DE VIVER.
COMO QUERIA E DESEJAVA.
SEM COBRANÇAS, NEM MISSÕES A CUMPRIR.
NEM EXIGÊNCIAS A ATENDER.
SIMPLESMENTE UMA MULHER MOLHADA
QUE QUERIA ESTAR MOLHADA.
QUE SE SENTIA BEM MOLHADA.
PERTO DE UM HOMEM
QUE TAMBÉM ESQUECEU DE SE SECAR.
HOMEM E MULHER, SERES HUMANOS ESTRANHOS,
SEM SE CONHECEREM, MAS VIVOS.
PRESENTES.
DISPOSTOS AINDA A VIVER.
SER.
SENTIR.
AMAR.
SEM PERGUNTAS ,SEM RESPOSTAS.
SIM, SOMENTE VIDA.
AFINAL, PARA QUE MAIS?
*Tempo Nublado
Sonia Nogueira
Olho para o espaço que indeciso,
Quer soltar lágrima sobre o telhado,
As nuvens pondo em ordem o olhado
Sob o azul do Céu de véu narciso.
Oculta da claridade todo esplendor,
Dispersa visão nublada de saudade,
Com domínio que reina autoridade,
Encobre o sol ao poeta inspirador.
Abro a janela o pensamento viaja,
Vejo na distância momento inquieto,
Das palavras que servem de amuleto,
Qual guardião posto em sentinela,
Para sanar um coração sem decreto,
Deste poeta que inspiração revela.
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
CHOVIA ... COMO CHOVIA!
TODO ENCHARCADO, A SENTIR A CHUVA
CAIR SOBRE MEU CORPO SEM RECLAMAR.
MOLHADO, MAS DE BEM COM A VIDA.
COMO A ESPERAR QUE ALGO DE BOM
ME ACONTECESSE
SEM QUE EU ESTIVESSE A ESPERAR.
RUA ALAGADA, COM BUEIROS CHEIOS.
SEM DAR VAZÃO AOS VERDADEIROS RIOS
QUE CORRIAM DIANTE DE MIM.
E PESSOAS CORRENDO PARA NÃO SE MOLHAREM.
CARROS COM PASSAGEIROS APRESSADOS
PARA CHEGAR AO SEU DESTINO.
DE REPENTE, UM VULTO SE APROXIMA
E COMO EU, IGUALMENTE, MOLHADO.
UM ROSTO E UM CORPO PERDIDOS ENTRE
A MULTIDÃO APRESSADA, NESTE FINAL DE DIA.
COM UM OLHAR VAGO, DISTANTE E FLUTUANTE.
QUEM SABE À ESPERA DE QUE.
SEM PREOCUPAÇÕES.
SEM DESTINO.
SEM NADA ESPERAR DE NADA, DE NINGUÉM,
NEM DE TUDO A SUA VOLTA.
UMA MULHER JÁ MADURA COM SEUS 50 ANOS
MAS JOVEM EM SUA MAGNÍFICA VONTADE DE VIVER.
COMO QUERIA E DESEJAVA.
SEM COBRANÇAS, NEM MISSÕES A CUMPRIR.
NEM EXIGÊNCIAS A ATENDER.
SIMPLESMENTE UMA MULHER MOLHADA
QUE QUERIA ESTAR MOLHADA.
QUE SE SENTIA BEM MOLHADA.
PERTO DE UM HOMEM
QUE TAMBÉM ESQUECEU DE SE SECAR.
HOMEM E MULHER, SERES HUMANOS ESTRANHOS,
SEM SE CONHECEREM, MAS VIVOS.
PRESENTES.
DISPOSTOS AINDA A VIVER.
SER.
SENTIR.
AMAR.
SEM PERGUNTAS ,SEM RESPOSTAS.
SIM, SOMENTE VIDA.
AFINAL, PARA QUE MAIS?
*Tempo Nublado
Sonia Nogueira
Olho para o espaço que indeciso,
Quer soltar lágrima sobre o telhado,
As nuvens pondo em ordem o olhado
Sob o azul do Céu de véu narciso.
Oculta da claridade todo esplendor,
Dispersa visão nublada de saudade,
Com domínio que reina autoridade,
Encobre o sol ao poeta inspirador.
Abro a janela o pensamento viaja,
Vejo na distância momento inquieto,
Das palavras que servem de amuleto,
Qual guardião posto em sentinela,
Para sanar um coração sem decreto,
Deste poeta que inspiração revela.