Que o mar não me chame falésia
desfazendo-me em cavernas
onde o silêncio ecoa
na cadência surda das ondas


meu peito mar sangue e sal
ondas procurando a praia
onde não chegam jamais!

***

que o mar não me arranque os pedaços
em ondas tão violentas
seja branda calmaria
e impeça que navegues

e teu barco ficará ancorado
junto a angra deserta
mar de sargaços
mar de conquistas

que os bravos Tamoios
em pequenas canoas avancem pela tarde
e nos braços eternos do Carioca e do Catete
Aimberê ressuscite e nos comande pela luta justa
vencendo a maldade dos invasores
rompendo os grilhões da escravidão

e a noite tudo vire um terreirão
onde cantaremos
sambas - enredo e hinos de glória a Deus unificado.




Maria Petronilho & Flávio Machado