ALMA VAZIA & SAUDADES DA MINH'ALMA
Clara da Costa
Celebro a própria demência
em versos sem gosto,
em rimas insanas,
em desejos e idéias errantes,
Mergulho em doces segredos,
perdida na pálida imagem do tempo,
sob o véu das noites
sós e frias.
Alma vazia de sentimentos,
a indiferença preenche os espaços
da emoção.
Perdi meu endereço,
não me reconheço,
de saudade...estremeço.
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Eugênio de Sá
Alma pia, gentil, alva e serena
Que saudades de ti, minh'alma amena
Hoje tornada gasta e exaurida
Percorreste o roteiro da tormenta
Nos tropeços da sorte truculenta
Dos acidentes tristes desta vida
Quando me lembro da tua alegria
Quando espontânea fazias folia
De quaquer pormenor pouco importante
Bastava-me um olhar sobre uma moça
E logo o coração gritava: nossa!
Pensando que encontrarás nova amante!
Alma que me deixaste tão saudoso
Lembrando todo o gesto carinhoso
Que sabias, piedosa, oferecer
Volta a trazer ao meu cerne imperfeito
Aquele doce calor bem ao teu jeito
Que me emprestava amor ao meu viver