ALMA VAZIA & SAUDADES DA MINH'ALMA

Clara da Costa

Celebro a própria demência

em versos sem gosto,

em rimas insanas,

em desejos e idéias errantes,

Mergulho em doces segredos,

perdida na pálida imagem do tempo,

sob o véu das noites

sós e frias.

Alma vazia de sentimentos,

a indiferença preenche os espaços

da emoção.

Perdi meu endereço,

não me reconheço,

de saudade...estremeço.

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Eugênio de Sá

Alma pia, gentil, alva e serena

Que saudades de ti, minh'alma amena

Hoje tornada gasta e exaurida

Percorreste o roteiro da tormenta

Nos tropeços da sorte truculenta

Dos acidentes tristes desta vida

Quando me lembro da tua alegria

Quando espontânea fazias folia

De quaquer pormenor pouco importante

Bastava-me um olhar sobre uma moça

E logo o coração gritava: nossa!

Pensando que encontrarás nova amante!

Alma que me deixaste tão saudoso

Lembrando todo o gesto carinhoso

Que sabias, piedosa, oferecer

Volta a trazer ao meu cerne imperfeito

Aquele doce calor bem ao teu jeito

Que me emprestava amor ao meu viver

Clara da Costa
Enviado por Clara da Costa em 02/02/2012
Código do texto: T3475581