CÚPULA DOS SENTIMENTOS MISTOS (in memorium)
Sinto medo! Temo perdê-la para a glória do irreparável caminho
Surge o frio! Ciente de que longe está e eu aqui tão sozinho
Mas ainda existe algo que vem, sorrateiro, confessar ao meu coração
Que, também, sou sua meta: o legítimo senhor do seu instinto de paixão...
Estou confuso, mergulhado em seu olhar onde surge a certeza
Que me torna um irretocável herói, um ser de múltiplas proezas
Que jura já não mais amá-la, sabendo da impossibilidade da promessa vã
Condicionando-me apenas tão mais um entre seus inúmeros fãs...
Cúpula do sentimento misto que me faz crescer
Alimenta meu ego mesmo quando o induz a desfalecer
Para, em seguida, outra vez despertar e lutar com a mais ávida devoção...
Assim, sigo minha sina do vago destino
Tendo na alma recordações do poético e suave menino
Que muito a quis e, por tal, condenou-se à mais macabra e cruel solidão:
... Tudo porque meu anseio é forte e ainda existe
E para tocá-la, de vez, sua voz, ardente, insiste...