SOLIDÃO

      Abro a porta,
      caminho pelo corredor
      e ninguém sorri para mim.
      Deixo transparecer a angústica única
      de viver só.

      Conheço o nó
      que ata a vetusta túnica,
      que veste a solidão assim.
      Devo invocar o dom de refutar a dor
      e me focar no que me importa.

      Meus passos são firmes
      à procura de um ninho,
      de um aconchego
      Transpondo caminhos impossíveis
      nesta minha busca

      Nada mais me assusta
      que os marasmos indigeríveis
      do solitário sossego.
      E peno sozinha
      enquanto caço o que me auto-afirme.

      Meu interior inquieto e triste
      não consegue acalmar-se.
      E eu caminho nos braços da esperança,
      sem o domínio de mim mesma,
      não querendo mais conflitos
      nem pensamentos confusos.

      Divago por fundamentos difusos
      sufoco meu ímpeto aflito,
      fecho-me no meu mundo restrito,
      enroscada mo meu próprio ego
      e já me pego em parafusos.

      Volto,
      não me revolto
      Fecho a porta
      do meu coração
      Desencantada,
      e por última cartada
      abraço-me à solidão
      

      

 

 
Vilma Tavares e RENÊ GARCEZ
Enviado por Vilma Tavares em 04/12/2011
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