A piedade passou de manto
surrado velho e cinzento
arrojando p'lo meu canto
Há tanta alma ferida
faminta de mão amiga
quanta barriga dorida
quanta fome escondida
E calado sofrimento
falta de esperança e alento
tanto choro sufocado
há tanto pobre dobrado
sobre si neste momento
frio... que frio dentro
deste mundo desumano!
Por convenção muda o ano
mas a Piedade, quando?