Dualidade

É mesmo um paradoxo

Saído da mesma lira

Assim como um belo canto

Que o sentimento revira

Dicotomia de gênios

Ultrapassando milênios

Permanecendo na mira.

Pare! Eu digo à mentira

Poupe-me, por caridade!

Não venha por nos meus ombros

Peso da leviandade

Enganosos são teus lábios

Pois sei que meus alfarrábios

Dispensam futilidade.

Quero a palma da verdade

Não os muitos rapapés

Pois que de nada acrescentam

Nem dão peixes ao convés

São pães cheios de bromato

Servidos num belo prato.

Olho sempre de viés.

(Lorena Alysson)

***

Qual perfume de aloés

Assim é a sinceridade.

Ao contrário do engodo

Que acalenta a vaidade

Com veemência rejeito

Mas há quem insufle o peito

Com os ares da falsidade.

Quão boa é a claridade!

Pés campeiam com firmeza

Discernem bem o caminho

Desviam da correnteza

Não caem em armadilha

Pois trazem em sua vasilha

Óleo puro, com certeza!

Lisonja tem sutileza

Comparo-a assim com a cobra

Pois quando ela pica o ego

Nele nada de bom sobra

A visão torna-se turva

Perde-se logo na curva

Descontrola-se a manobra.

(Luciene Soares)

***

11 de novembro de 2011.

Lorena Alysson e Luciene Soares
Enviado por Lorena Alysson em 11/11/2011
Código do texto: T3329879
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