PRETENSÃO
Caro irmão Sérgio, escrever contigo é muito honra.
Não tenho pretensão de ser poeta,
Mas quero os sentimentos expressar,
A dor – ou a saudade – mais dileta,
Aquela que não quer me abandonar...
São como vendavais de soledade
E os passos, nos beirais, tal chuva fina
Tornaram-se suplicio de saudade
Nos frêmitos alheios desta sina...
Cerúleos, arrebóis, lindos, fulgentes
Tornaram-se vulníficos, dolentes,
Versados como páramos de dor.
Até tento versar por um momento,
Uma alegria ao menos – um alento,
Não dizem que o poeta é um fingidor?