ATÉ QUANDO?

Te acompanho além dos passos
Que marcam a minha incerteza.

No eu que me desfaço,
Ondeada de estranheza.

Certamente não estou certa,
Se te agrada a companhia.

Ora fechada ora aberta
Enigmática poesia.

Dia claro,
          Noite fria...

Gosto amaro,
             Monotonia...

Serás tu, acaso, o guia
Que vai me mostrar-me o caminho?

Devolver-me a sintonia,
Tirar-me do redemoinho?

Na aflição que me angustia
Eu prossigo em meus desmandos
Caminhando, caminhando,

Complicada travessia,
Tudo é - e não, um voo pando
Vou errando, vou errando,

E a mim me perguntando:
Até quando,
           Até quando?

Vou descompor a fala em osso
Vou errar desse jeito seu moço?
                                  Até quando?


HLuna
Deley