POSTIÇA, MAS TÃO AMADA...
Dizem que sou um sonhador mero
Não pretendo mudar, Deus me elaborou assim
E na essência desta alma tão minha
Vejo em você a filha que eu tanto quis ter... Mas que nunca veio...
Durma serena, garota silenciosa, de gênio tão imponente
Almeje seus vôos de menina-moça...
É o que quer este “velho” aqui que já foi tão só vida afora
Mesmo com tanto amor que ele carrega no peito.
Não a vi crescer
Mas você tem tanto de mim
Uma filha “não minha” que eu só quero o bem
Em quem confio e não sei segredos guardar...
Anjo, não quero ser seu substituto pai
Apenas sonho ser seu diário amigo, nem tão maluco
Acompanhando sua evolução
Mas respeitando suas decisões, o seu caminhar ante os percalços...
Durma menina que tanto adoro
Enquanto cuido de sua mamãe
É tanta paz e muito amor...
Vontade de vencer os medos e lutar até o fim...
Quando meu sonho findar
E a Velha Senhora flertar comigo
Não se esqueça de um abraço terminal
Num sussurrar da despedida:
“Durma, postiço pai descanse sereno
Vá embora feliz
Porque nesta vida você foi o papai
Que eu sempre quis... Sempre! Adeus!”