VERSOS INVERSOS (Dueto com Ana Joaquina)

(Ana Joaquina e Mario Roberto Guimarães)

Do que escrevo sou o inverso,

Dos versos que um dia vivi,

Nem em sonhos são sinceros,

Os momentos de amor que escrevi...

Talvez eu seja um felizardo,

Meus versos disseram, um dia,

De como a minha alma de bardo

Exultava, com o amor que vivia...

Versos que calam no peito,

Inversos da dor que domina,

Cantando um amor sem defeito,

Ilusão que um dia termina...

Mas hoje, fez-se nova era,

A solidão por companhia

Mostrou que é mesmo quimera,

No amor, a perfeita harmonia...

Meus poemas estão sorumbáticos,

No coração, alegria a reinar,

Se estão assintomáticos,

Não sei o que vou falar...

A poesia nasce aos pedaços,

A alma canta seus percalços,

Em versos cujos lentos passos

Retratam anseios falsos...

Poesias vivendo em conflito,

Contrastando com a realidade,

Paro, penso e reflito,

Calando a minha verdade...

O poeta canta o presente,

Recorda um doce passado,

Retrata tudo o que sente,

Ou um sonho acalentado.

Neste dueto, as estrofes são alternadas, sendo as ímpares de Ana e as pares de Mario.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 20/12/2006
Reeditado em 29/06/2009
Código do texto: T323069
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