Colhe-me...
Apanhe-me entre milhões de flores, mas leve-me com a raiz e planta-me em seu coração.
Sinto-me seduzido a recolher-te neste terreno fértil e serei zeloso para que o espaço coberto receba afeto e calor necessário a que vivas sem atropelos.
Confesso que tudo o que eu mais quero nesta vida é um amor... Amor verdadeiro.
Não sei o que nos reserva os dias que virão e se nascerá esse amor esperado que não é diferente do teu.
Aquele que zela e cuida, que não agride e que procura, que adoça a boca e não azeda.
Que acolhe no peito, lambe as feridas até dos maus pensamentos.
A proposta é irrecusável e tem mão dupla porque não só apóia como reconforta.
Liguemos nossos vasos afetivos e deixemos rolar a emoção mais límpida e sincera.
Não sangra, não rasga, não afana, nem mesmo profana. Ele nos agrega, nos funde, nos gera tal dínamo ou válvula propulsora, é equilíbrio na corda bamba.
Assim protegidos da insana posse dos egos, o amor prospera no silêncio fecundo, nas esperas, onde a energia magnetiza e nos envolve qual elo a nos tornar unos.
É a proteção quando subimos uma árdua montanha, sim - é este amor que eu quero pra mim.
Estou ávido de tê-lo comigo e regá-lo no regaço do teu colo e no afago de variados beijos cálidos e demorados.
O meu amor chama, grita, inflama, implora, se humilha; - e quando não mais aguenta de tanta agonia, simplesmente ele derrama, evapora...
E haverei de colher na brisa do mar ou na chuva fina que toca meu rosto e me molha com gosto no hálito puro de hortelã que se imortalizou na lembrança do teu riso.
Duo: Luciana Rocha e Hildebrando Menezes