És o Amor.../Eu O Tempo
És o Amor...
Guida Linhares
És o Amor...
Que atravessa os tempos
ora em linha reta, curva ou paralela.
Mas também espiralando corações,
movimentando espaços e janelas.
Habitante és das diversas estações.
Quem foge de ti por medo,
receando queimar-se nas entranhas,
passa a vida em franco arremedo,
sem aquecer-se em ânsias tamanhas.
És o passado de quem muito amou,
envolto em lembranças boas ou ruins,
que fazem do tempo, o grito que ecoou
na esfera celeste, até aos querubins.
Daquele que ama, estás no presente,
vivo, expansivo, em doces quimeras,
em paixões que se fazem prementes,
o ano todo em florescidas primaveras.
Contudo teu futuro se desvela,
redesenhado em buscas de amor,
no encantamento mágico superas,
todas as tristezas. Qualquer dor!
Santos, SP
06/12/06
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Dueto em resposta ao poema
Eu O Tempo
Tarcísio R. Costa
sou o passado...
Estou estático, sem brilho e sem cores...
Ficaram comigo a sombra dos amores...
Eu sou saudade, sou contradição,
Vivo parado no limbo da ilusão.
Eu sou o presente...
Vivo a euforia da dinâmica da transformação...
Não quero viver ausente da conquista do futuro.
Sou a realidade, sou a esperança, sou a ação,
Sou a consciência da beleza, sou a vida, sou a emoção...
Sou a alegria, sou a confiança, sou o amor no coração.
Eu sou o futuro...
Sou a expectativa, dos ideais do “presente”...
Sou a incerteza, sou o medo, sou a insegurança,
Sou a luz incandescente, querendo iluminar o escuro...
Sou o mistério do horizonte,
Sou a ansiedade.
Sou passado, sou presente, sou futuro, sem nostalgia,
Sou o enlevo, sou o prazer, sou o regalo, sou a fantasia,
Sou um caminho linear, sou o jardim da rosa e do espinho,
Eu sou o produto do carinho...
Eu sou o tempo, Eu sou o amor.
Tarcísio Ribeiro Costa
Brasília/DF
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