Do outro lado do muro

Há um pai que lamenta

Pois o filho partiu

Sem bagagem, sem rumo

Lá se foi o menino

Que dizer do destino

Quando tudo esvaiu?

Que dizer da saudade

Da lembrança latente

Que fazer do desgosto

Remoendo a utopia

Da tristeza que veio

De uma falsa euforia?

E quem sabe o que havia

Do outro lado do muro

Quando a mente vazia

Rebuscava o futuro

E na ganância que ardia

Perdeu-se na mira

E caiu no obscuro?

Se a angústia confusa

Renitente persiste

Quem sabe outro dia

Outro filho, qual o pai

Só viaje em sonhos

E por fim a intrusa tristeza indigesta

Dê lugar à esperança

E se atrase para a festa.

*em solidariedade ao Poeta Luiz Fernando Prôa

Marçal Filho, Saulo Campos e José Carlos Resende
Enviado por Marçal Filho em 13/06/2011
Reeditado em 05/07/2015
Código do texto: T3032728
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.