Um anjo vândalo
Diáfano dia
Uma falta óbvia de sol
Cinza, cinza, cinza
O dia nasceu cinza
E entrou em meus olhos como flecha
Tão lentamente que nem senti
Talvez desequilibre meu voou
Minhas asas vândalas
Chegam a precipitar-se.
Os teus mapas não passam de alfarrábios
Litografados por lágrimas minhas…
No canto da sala há uma sombra azulada
Cheia de enigmas
Mortas mariposas fundidas a lâmpadas florescentes
O juizo desencaminha-me
O cheiro, os pés a solidão
O vento que move as cortinas
As trilhas do meu coração
(Janaina Cruz)
E o vento, de meus anelos amigo, sopra impetuoso a meu favor
Num hálito abrasador que perfaz todos os impulsos de tuas asas
Trazendo-te ao reino das brasas e ao trono flamejante do amor
Neste que de ti é caçador, cujas chamas do ardor são águas rasas!
Vinde habitar em mim - meu anjo fraturado por desilusão
Que toda cena da solidão será vencida pela tórrida libido
Atende ao meu pedido e dê-me teu gemido no cálice da inebriação
Que é vândalo também meu coração, que em teu pecado almeja-se redimido!
(Reinaldo Ribeiro)
Eta, brigada pela parceria no dueto meu amigo Reinado, algum dia hei de fazer poesias tão lindas quanto as tuas...