Ana Stoppa/Sérgiomarcio
Ah! pálida madrugada fria e silenciosa
Que indiferente espreita as vidas vazias
Onde desfilam trágicos os sentimentos
Sangrando a dor, nos solitários aposentos
E encontra-me a velar os tristes sonhos
Na fugaz centelha de esperança finda
Que na alma faz morada e me controla
Levando o sono, que restava-me ainda
Inútil espera pelos fracos sinais de alento
Tola imaginação a busca de parco afeto
Pranto contido pelos abraços inexistentes
Calvário vivido no mundo virado de costas
Porém, não vivo de perdidas esperanças
Nem em cálices vertidos nas clausuras
Pois, que deixo-te escolher o teu destino
No silêncio destas chagas de amargura
Pulsam lentas, muitas horas, sempre vazias
Subtraindo da alma restos disformes da paz
Silêncio, a espera de um novo dia amanhecer
Para talvez, assim, encontrar a razão do viver
Ainda que outrora, meu destino, tu fizestes
E me tornastes prisioneiro em liberdade
Prá poder clamar, por mim, neste desterro
Como quem não viu passar, a fugaz mocidade
Ana Stoppa// Sérgio Márcio