Nas trevas (uma noite de outono)
Sutil, gélida esperança efêmera
Sangue, corpos vazios, vontades sutis
Sonhos, desejos, gestos infantis
Volúpias, sentimentos de quimera...
Raios de lua dentre fios negros
Ventos errôneos de medo
Chamas que se encerram em devaneios,
Dor que se aglutina por inteiro
Agonia é dor pragmática
Sonho é desfalecimento do amanhã
Na incerteza de uma vida estática
E na clareza de uma mente “sã”
Loucura é dádiva do ser
Vozes são árvores aveludadas
Que falam tudo, mas não creem em nada,
Por não ter a certeza do que crer...
Loucura é morte do querer
Palavra é devaneio do nada;
São verbos sussurrados pelo vento
Que encantam poetas, de tempo em tempo...
Apenas violetas sem vida,
Somente árvores sem frutos
Memórias de uma vida falida
(tudo se resume em medo)
Marcos Água
João Henrique Bonini do Nascimento