MINHA CONFISSÃO: SOU VICIADO - Sá de Freitas RÉ CONFESSA - Maria Luiza Bonini

Minha confissão: Sou um viciado

Sá de Freitas

Desde moço tornei-me dependente,

E não tive do vício mais saída...

Escravo ele me fez... e a minha vida,

Foi, em tudo, mudando de repente.

Dia após dia aumenta-me vontade,

E um consumo maior faz-se preciso,

Para que eu possa ver um Paraíso,

Pleno de sonhos... de felicidade.

Fugir não quero dessa dependência,

Se cura houver não tomo nem ciência,

Embora, às vezes, ela me leve à dor.

Sou usuário e mesmo traficante,

Pois desejo levar o semelhante,

À este vício que se chama amor.

Avaré - SP

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RÉ CONFESSA

Maria Luiza Bonini

Adicta e convicta

Da dependência sou irremediável

Em caminhos que me levaram a vida

Entre o bom senso e o insuportável

É-me claro e evidente que sou eterna dependente

Apesar de lutas inglórias, apercebo-as ilusórias

De um pandemônio que me faz carente

Expectando esse desejo que se torna possessório

Externado pranto em minhas madrugadas turvas

Onde a solidão permeia em tristes alegorias

Sinto-me vazia sem poder evocar às turbas

Em meu gritante sonar ao amor que clama íntimo

Que em mim se faça a inevitável magia

Inocule-se em minhas veias, amor-oprímo!

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SP. 30.05.08

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 17/05/2011
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