Ameaça Vermelha - Inominável Ser & Agnes Mirra
Sentada em minha alcova
Afasto os fios sangrentos do rosto
Para te visualizar
Minhas mãos te chamam
Te convido a dividir comigo este reino
Meu mundo
Meu caixão
Caio em vosso caixão
Seus cabelos vermelhos
São as covas amáveis
Onde gélido não se conversa
Ouço sua voz
Doce mortal
Sua alma e sua mortalidade
Agora me pertencem
Te envolvo com os fios vermelhos
Absolvo seu coração
Agora você está no meu reino
E eu sou a ameaça para a sua alma
E o apocalipse para seus dias
Ao seu cadillac rosa
De gótica aurora rubra
Carrego-me
Entrego-me
Seduzo-me
Avalio em ritmo louco
A alvorada vossa de belezas
Que rubras em silvestres mesas
Saboreio com louca certeza
De ser-te um escravo dócil
Imortal como eu
Agora meu sangue te alimenta
Te fiz
Agora és parte minha
Te trouxe ao meu reino vermelho
De onde jamais sairá
Eu não sairei de vosso reino
Sou aquele que se ajoelha
Diante de vossa rubra beleza
E que lhe beija os rubros pés
Para como uma Deusa
Fazê-la feliz em ter aos pés
Um obediente escravo entregue
A ti como escravo eterno
Escravo eterno a lamber-te o sangue
A escorrer-te de onde escorre
Escravo eterno a deixar-te lamber
O meu sangue
A escorrer-me d'alma
A escorrer-me do coração
A escorrer-me de um lugar secreto
Como vosso lugar secreto
Do qual vosso sangue escorres
Agnes Mirra
A RAINHA DOS DELIRANTES
Inominável Ser
SANGRANDO DELIRANTE
Poema originalmente publicado em meu blog em conjunto com Agnes Mirra, Delírios Inomináveis (http://deliriosinominaveis.blogspot.com), em 20/11/06; republicado em outra versão no blog de Agnes Mirra, Delírios Agnescos (http://deliriosagnescos.zip.net)em 17/11/06; e republicado em minha Cova Abismal De Poemas Sombrios (http://coabposo.spaces.live.com) em 21/11/06.