Nos Labirintos do Teu Olhar


Parece que foi ontem que o flamboyant floriu.
Sob sua perene sombra imagino-me frente a ti,
em sentimentos agigantados aflorando em mim,
resgatando aquela alma perdida de menino.

Parece que o encanto da primavera não mais partiu
Quando minha sombra uniu-se a tua, neste frenesi
Encontrando a jovialidade da nossa infância sem fim
Nesse instante que a vida deu uma chance ao nosso destino

No teu olhar, há surpresa, experiência inesquecível,
inimaginável, num momento, se pudesse ser amor.
No entanto, impercebível por mim, me vi inebriado;
tu mulher, invadiu meus olhos, envolveu-me num sonho.

No teu olhar existe uma natureza verdejante indefectível
Vestindo teus hormônios masculinos com tua cor
Enquanto sequestra o meu olhar, no teu hipnotizado
O amor nos envolve com seu encantamento risonho

Sonho que desde então nunca mais se descoloriu.
Esse vício de você, me perfuma, faz me achar menino.
E menino me faço ser, é mais inconsequente ser...
Poder deambular extasiado entre seus versos de amor.

Sonho com os desenhos que a eternidade coloriu
Perfumando nossos desejos num céu sagrado e divino
Onde nossa juventude permanece intacta com nosso viver
E a poesia manifesta sua presença com todo seu esplendor

Entrego-me nessas viagens imaginárias sem volta
em voos libertos para dentro dos teus olhos negros,
desejos de neles me perder sem encontrar a saída.
Encontro-a deslizando, envolvida em aura de luz e ouro.

Entrego-me nas tuas mãos de anjo, como se fosse uma escolta
Ofertando-te o meu olhar, igual uma noite em labirintos gregos
Onde uma Deusa se enfeita de gardênias e seda branca tecida
Para encontrar com teu olhar e, no mapa da tua alma, um tesouro.



*Mote sugerido pelo Poeta e Amigo José Silveira. Agradeço por este presente poético, José.
Helen De Rose e José Silveira
Enviado por Helen De Rose em 11/05/2011
Reeditado em 08/01/2021
Código do texto: T2962791
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