Tarde vazia & Tarde fria
TARDE VAZIA
Guida Linhares
Tarde vazia, meu coração chora.
Debruçada na varanda,
vejo lá fora as lembranças.
De um amor que foi um dia,
o doce devaneio, a maior alegria,
atravessando montes,
despertando os dias,
fazendo das horas uma doce espera,
quando tu sorridente chegavas,
trazendo nas mãos a primavera.
E me cobrias de flores,
e me juravas eterno amor.
Me sentia a rainha de um coração
pleno de ternura.
Juntos sonhávamos aventuras,
e nem mesmo todas as agruras,
encobriam a nossa felicidade.
Mas a vida nos foi distanciando,
e o nosso amor feneceu,
sem nem darmos conta,
de como tudo isso aconteceu.
Hoje vivemos solitários,
debruçados na janela do tempo,
a recordar momentos felizes,
cristalizados num relicário.
Santos, SP, 17/11/06
Dueto em resposta ao poema
TARDE FRIA
Tarcísio R. Costa
Tarde fria, lágrimas do coração...
Uma tristeza sem piedade,
implacável,
já sem o vibrar da ufania,
agora só saudade.
Saudade de um passado de alegrias,
de uma juventude cheia de fantasias,
hoje um coração em silêncio
Momentos feitos de imaginação,
palavras que só falavam de amor,
hoje, só um limbo de ilusão.
nossos olhares, sorrisos de carinho, mão trêmula,
vida de paixão.
Um eterno sonhar,
Indiferente às escarpas do pensamento...
Um viver novas realidades
de venturas e desilusões,
causas das minhas
saudades.
Brasília, 11 de dezembro de 2005
Tarcísio Ribeiro Costa