CANTIGA DE MINHA ESPERA
Mil vezes bendigo, minha senhora,
o dia que nascestes.
Dez mil vezes maldigo, senhora mia,
o dia que vos me aparecestes.
Triste fortuna me foi
quando, por mal da minha sina,
nos meus, pusestes vossos olhos.
Mil vezes bendito, dez mil maldito
o dia que meu olhar o vosso conheceu.
Desde então, minha senhora,
eu, sem juízo e como mendigo,
vivo a vos implorar
apenas a graça de um sorriso.
Ah! Minha senhora...infortúnio meu
se quis o céu me castigar
e por vós fez-me amar.
Dia e noite, noite e dia, Senhora mia,
feito louco, vago eu
em agonia, sempre a esperar
... sempre a esperar.
CANTIGA DE MINHA ESPERA
Ah! Não me maldigais, Senhor,
nem mil, nem dez vezes mil ,
se triste é a vossa fortuna.
Quando, gentil, eu vos olhei,
também vi (em vosso olhar)
a mesma febril atração
que se alojou em meu coração
- perdido por tanto amar!
E desde esse bendito momento,
eu não vos tiro do pensamento,
passando todos os meus dias
numa desmedida agonia -
sem hora...sem deus e sem lei,
apenas a esperar e a esperar
que vos venhais me buscar
para serdes o meu eterno rei!
* Curiosidade:
Originária do sul da França, as Cantigas de Amor apresentam o amor de homem por uma figura idealizada, distante, e ele se refere à sua amada na posição de um fiel vassalo ficando às ordens dessa senhora, uma dama da corte, e esse amor é impossível ou está longe, sendo considerado apenas como objeto de seu grande sonho, pois nunca consegue conquistá-la - ou por ter medo ou por ela rejeitar sua canção. A Cantiga de Amor apresenta um eu – lírico masculino e sofredor e o homem que canta a dor de amar a quem ele trata sempre como superior, revelando sua condição hierárquica, e está sempre acometido da “coita”. Essa palavra (coita) é muito usada nessas cantigas, pois ela significa sofrimento por amor. E é à sua amada que ele se submete e "presta serviço", esperando o benefício (entendido como o 'Bem' nas trovas). Essa relação amorosa é chamada " vassalagem amorosa ", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é bem sofisticada.
Teacher,
Eis o poema que vc fez e a continuidade que eu lhe dei,
bem como toda a produção final.
Amei muito nossa parceria nessa Cantiga de Amor que
expressa tão bem um belo tempo onde o romantismo
imperava e o amor movia as pessoas.
Tomara tenha ficado belo para vc e para todos os que
vierem nos ler também, pois tive muito prazer em trazer
para cá - e dividir o nosso lirismo com os demais poetas
do Recanto. Beijosss
Ma reine,
fomos, um dia, há muitos séculos, dois trovadores
medievais?
Sou suspeito, mas nossa parceria se casa de tal forma que fica
impossível separar o que aparentemente está separado.
Eu adorei o trabalho que você fez, tanto com o meu poema como
o poema resposta e as fotos com as quais você ilustrou os dois.
Também achei bem oportuno você ter colocado lá a "aula" sobre
as cantigas de amor do Trovadorismo. Muita gente desconhece
esse período artístico europeu
Sempre me surpreendendo,
beijos e obrigado pela imensa amizade nascida na Comunidade 51
e por ter-me aceito como parceiro na poesia.
Gil
Mil vezes bendigo, minha senhora,
o dia que nascestes.
Dez mil vezes maldigo, senhora mia,
o dia que vos me aparecestes.
Triste fortuna me foi
quando, por mal da minha sina,
nos meus, pusestes vossos olhos.
Mil vezes bendito, dez mil maldito
o dia que meu olhar o vosso conheceu.
Desde então, minha senhora,
eu, sem juízo e como mendigo,
vivo a vos implorar
apenas a graça de um sorriso.
Ah! Minha senhora...infortúnio meu
se quis o céu me castigar
e por vós fez-me amar.
Dia e noite, noite e dia, Senhora mia,
feito louco, vago eu
em agonia, sempre a esperar
... sempre a esperar.
CANTIGA DE MINHA ESPERA
Ah! Não me maldigais, Senhor,
nem mil, nem dez vezes mil ,
se triste é a vossa fortuna.
Quando, gentil, eu vos olhei,
também vi (em vosso olhar)
a mesma febril atração
que se alojou em meu coração
- perdido por tanto amar!
E desde esse bendito momento,
eu não vos tiro do pensamento,
passando todos os meus dias
numa desmedida agonia -
sem hora...sem deus e sem lei,
apenas a esperar e a esperar
que vos venhais me buscar
para serdes o meu eterno rei!
* Curiosidade:
Originária do sul da França, as Cantigas de Amor apresentam o amor de homem por uma figura idealizada, distante, e ele se refere à sua amada na posição de um fiel vassalo ficando às ordens dessa senhora, uma dama da corte, e esse amor é impossível ou está longe, sendo considerado apenas como objeto de seu grande sonho, pois nunca consegue conquistá-la - ou por ter medo ou por ela rejeitar sua canção. A Cantiga de Amor apresenta um eu – lírico masculino e sofredor e o homem que canta a dor de amar a quem ele trata sempre como superior, revelando sua condição hierárquica, e está sempre acometido da “coita”. Essa palavra (coita) é muito usada nessas cantigas, pois ela significa sofrimento por amor. E é à sua amada que ele se submete e "presta serviço", esperando o benefício (entendido como o 'Bem' nas trovas). Essa relação amorosa é chamada " vassalagem amorosa ", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é bem sofisticada.
Teacher,
Eis o poema que vc fez e a continuidade que eu lhe dei,
bem como toda a produção final.
Amei muito nossa parceria nessa Cantiga de Amor que
expressa tão bem um belo tempo onde o romantismo
imperava e o amor movia as pessoas.
Tomara tenha ficado belo para vc e para todos os que
vierem nos ler também, pois tive muito prazer em trazer
para cá - e dividir o nosso lirismo com os demais poetas
do Recanto. Beijosss
Ma reine,
fomos, um dia, há muitos séculos, dois trovadores
medievais?
Sou suspeito, mas nossa parceria se casa de tal forma que fica
impossível separar o que aparentemente está separado.
Eu adorei o trabalho que você fez, tanto com o meu poema como
o poema resposta e as fotos com as quais você ilustrou os dois.
Também achei bem oportuno você ter colocado lá a "aula" sobre
as cantigas de amor do Trovadorismo. Muita gente desconhece
esse período artístico europeu
Sempre me surpreendendo,
beijos e obrigado pela imensa amizade nascida na Comunidade 51
e por ter-me aceito como parceiro na poesia.
Gil