Desalento Fugaz (Dueto com Bruna Nogueira)
Tua pele peleja a resistir os toques serenos,
Súbitos tremores internos na tua cerviz.
Remetendo-te sozinha à estes vales amenos,
Quintais habitados dos senhores que servis.
Na branquidão deste holocausto frívolo
Aurículas inundadas pelo sangue novo
Bebo da abundante e benta água cristalina
Que jorra piedosamente da tua retina
Bebo do vinho consagrado que teus olhos derramam
Com desespero e tristeza de alma perdida...
A alma fragmentada pela fúria dos pífios sentidos
Grita soturna pela bonança de outros tempos passados.
Beijo-te os pensamentos e cristalizo todo pesar
De seu glorioso viver, temer e habitar impetuoso.
Saudosíssimo de teus presunçosos tormentos por amar,
Vejo-me na derradeira hora da fulga de teu amor esperançoso.