VERSO/MEUS VERSOS- Kolemar Rios/Maria Thereza Neves

VERSO

Kolemar Rios

Trago um verso no coração que não é meu

Que brota assim de repente não sei de onde

E já me pede pra sair por aí sozinho desgovernado

Para não me dar tempo de chamá-lo de meu.

Arranco-lhe do peito e dou-lhe a liberdade

E ele se vai ao sabor do imaginário, ignorando rumo...

Não são meus esses versos eu vós digo

Apenas arranquei-o de mim para solta-lo ao mundo

E ele partiu porque é hora de partir

Como um filho que sai de casa pra descobrir a vida,

Como à tarde que rompe com a noite pra ser feliz...

Tudo é breve, só não o verso que não sabe morrer.

Porque a alma não morre, se chama verso.

E o verso é uma alma que apenas saiu de mim.

&

MEUS VERSOS

Maria Thereza Neves

Não sei donde vem os versos que carrego,

Brotam em mim acendendo mil estrelas .

Assumo, lanço letras ao vento do meu ego,

Desgovernados fogem das mãos aquarelas.

Sinto como filhos arrancados da entranhas.

Sem remo ou rumo a procura de liberdade .

Palavras rimadas ou não, as vezes estranhas,

Tento decifra-las, achar nelas uma igualdade.

O tempo é pequeno,quando vejo já partiram,

Não esperaram o entendimento ou o lamento ,

Asas sem rastros , vestígios de mim fugiram.

Meu mundo se faz breve ,o momento é eterno .

A soneto , pó de estrelas no azul firmamento .

Minha alma em versos , presa ao universo !

13/04/2011

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Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 13/04/2011
Código do texto: T2906186