O TEMPO CONSPIRANDO
Ate parece meu amor,
que quando a tarde se aproxima
o relógio por pura cisma,
tenta andar mais devagar.
Tem ciúmes do nosso encontro,
momento de extrema felicidade,
quando as luzes da cidade
brilharão com mais intensidade,
na alegre e silenciosa algazarra
festejando um lindo apego.
Então o tempo cruel,
quer impedir essa união
e como numa marcha fúnebre,
conta devagar os segundos mortos
desenhando um crepúsculo triste
para desencorajar nós dois.
Bem no meio dessa angústia,
de espera e contra mão,
o tempo conspirando,
mas a tarde se esvaindo
por entre os mantos da noite,
que espera alcoviteira
o coito dos dois amantes.
E o amor tenaz lutando,
contra tudo que nos oprime,
catando paciente os segundos descartados
para construir horas noturnas,
onde nos entregaremos corpo e alma
na mais explosiva paixão.
Lenna e Neto Madeiro