Abismo

(Cisne)

Uma sacerdotisa amargurada

num penhasco...

ventos uivando,

como uma ópera vagueneriana...

(Sueli)

Desvairada, grita, faz um apelo

por seus sonhos, agora,

sem alguém para recebê-los,

sem a quem profetizá-los.

(Cisne)

Apela e se dirige a Plutão,

deus da destruição.

Implacável, faz descer

o Pássaro Escarlate,

belo exterminador.

(Sueli)

Com asas de anjo,

envolve-na, seduz no desejo

e na dor.

Em seu ensejo e loucura,

Dança à beira do abismo

E, com lucidez não mais alerta,

Entrega-se à morte certa.

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 09/11/2006
Código do texto: T286941
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