DILEMA

"Esse meu viver barroco declinou

E vive a usar clichês sem fim

Nesse eterno dilema do sentir

Tento desarmar meu falso amor

Meu corpo sobre-humano ainda resiste

Mas entrega minha carne ao teu gozo

De um jeito surreal e amoroso

Deixo-me levar aonde pediste

Minha alma quase santa em agonia

Cobra do meu corpo a mea culpa

Renuncia do prazer e da desculpa

Sofre, sangra, berra e se arrepia

Nesse duelo entre corpo e alma

Vou me aquecendo ao sol da vaidade

Desprezando o amor real por ser verdade

Saciada na ilusão da tempestiva calma

E assim nessa dúvida aprisionada

Nesse misto de dor e de prazer

Escondo-me entre versos sem saber

Se quero ser feliz ou ser amada."

Edantas e Sidney China

Janeiro de 2011