Brinco
 
Com ilusões, cobriu-se a mulher.
Entre enfeites, colares sem afinco,
preso à orelha, um enorme brinco.
Sem rumo, torna-se uma qualquer...
 
Esquecendo do seu próprio valor,
vive sua vida, presa aos adereços,
dos quais, nem sabe os endereços.
Perdida, desilude-se com o amor...
 
Sabendo que resta-lhe a sua vida,
reage. Na luz do seu batom dourado,
o fascínio de tudo que foi sonhado.
Para ocorrer a volta, precisou a ida...
 
Sem a necessidade de um perdão,
refaz-se. Ilusão, não foi vestimenta.
Sem os remorsos, apenas lamenta,
seguindo os passos do seu coração...
 
Agora suave, a nova etapa vencida,
sem seus prantos, sem os adereços,
percebe que valores, não os preços,
já fazem parte dessa sua nova vida...
 
Sem ressentimentos, sem a fantasia,
como pessoa, não mais um objeto,
descobre a vida. Nada mais secreto.
Hoje, sobra-lhe no peito, só alegria...
 
 
Suzana e Oswaldo
Oswaldo Genofre
Enviado por Oswaldo Genofre em 11/03/2011
Reeditado em 11/03/2011
Código do texto: T2841086
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