::: Morfologia Poética :::
(Lucas)
O véu do tempo se rasgou
E levou junto o meu coração
Num vento violento
Carregado de saudades suas
Onde está a brisa leve de teu dia azul?
A tempestade de amor que nos unia
No aperto de um abraço bem dado
Onde esta tua cor, teu sorrir, teu compor?
Onde estás?
(Ana)
Não gosto da dureza dos verbos
Antes, a sutileza dos adjetivos
Embora, entristecido, por ausência
Não foste, meu verso sob o teu
Num complemento, jamais mudança
Sem esses versos enlouqueceria
Mas, essa agonia tem me matado,
Em um verso terminado
No adjetivo: Melancolia.
(Lucas)
Tua dor é também minha
E de doer o coração padece, e faz prece
Para que do meu nunca desanime
Se fosse adjetivo, seria agora louco
Por teu ser ver de perto
Para aliviá-la de teu tédio, tua melancolia
Mas a noite sombria arrancou você de mim
Dos verbos gosto da ação, e do adjetivo
Tua sutileza empregada no verso
Que ao vento vem a mim
O mesmo que devolve o meu
Envolvido no coração
Este que é teu
(Ana)
Carrega-se no verso o lirismo
Da forma que puder
Na morfologia do verso
Entende-se o que bem quer
Sem mais o que declarar
Acabo, enfim, este verso
Com o verbo: Terminar!
(Lucas)
Aproprio-me do verbo amar
Eis o que declaro
No lirismo da cantiga do sentimento
Ai esta você...
Ai esta a cor, o sorriso e o compor
Obrigado pela sutileza, pela destreza
Pela leveza que deste ao meu respirar
E teu verbo faz valer
Termino aqui este poetar.