Diga-me,
distante criatura,
quem poderá falar de amor,
senão quem o ouviu
em segredos solitários,
feito pingos de um café amargo
que o pires segura?
Talvez,
quem o sorva em lentos goles,
mantendo despertos os sentidos,
em alerta,
degustando lentamente
o que nunca acaba,
mesmo quando nada se ouve,
e a saudade aperta.