AMARGURA E ÁGUA FRESCA

Sinto-me amargo,

sem palavras para o diálogo com o silêncio,

e silêncio sem palavras é leito de rio

sem fio d’água entoando cantigas de mar.

Minha amargura é um barco em correntes contrárias

soprando velas com ventos de hálito próprio.

Sua bússola também indica o Norte

com a mesma agulha magnética que costurou destinos

sem despí-los do mar,

mas o espinho agudo de uma rosa aponta a florada das manhãs.

Minha amargura vai do Norte à Primavera;

navegar é transformá-la em doce procura…

(MAURICIO C. BATISTA) (IN MEMORIUM)

Sinto-me amarga,

procurando palavras no silêncio do meu ser

sem saber se a procura encontrará a cura

para a dor que assolou meu viver…

Minha amargura é uma nau sem rumo

que em devaneios perambula confusa

ao encontro de um destino vão…

Sua bússola indica uma desordem,

não encontra o Sul nem o Norte

e acaba se desviando do porto seguro…

Mas, no horizonte vejo uma luz renascendo

e me conduzindo com esperança

de encontrar o meu amor eterno…

(ESTRELA BRILHANTE)

Estrela Brilhante
Enviado por Estrela Brilhante em 11/02/2011
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2786190
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