AMARGURA E ÁGUA FRESCA
Sinto-me amargo,
sem palavras para o diálogo com o silêncio,
e silêncio sem palavras é leito de rio
sem fio d’água entoando cantigas de mar.
Minha amargura é um barco em correntes contrárias
soprando velas com ventos de hálito próprio.
Sua bússola também indica o Norte
com a mesma agulha magnética que costurou destinos
sem despí-los do mar,
mas o espinho agudo de uma rosa aponta a florada das manhãs.
Minha amargura vai do Norte à Primavera;
navegar é transformá-la em doce procura…
(MAURICIO C. BATISTA) (IN MEMORIUM)
Sinto-me amarga,
procurando palavras no silêncio do meu ser
sem saber se a procura encontrará a cura
para a dor que assolou meu viver…
Minha amargura é uma nau sem rumo
que em devaneios perambula confusa
ao encontro de um destino vão…
Sua bússola indica uma desordem,
não encontra o Sul nem o Norte
e acaba se desviando do porto seguro…
Mas, no horizonte vejo uma luz renascendo
e me conduzindo com esperança
de encontrar o meu amor eterno…
(ESTRELA BRILHANTE)