Era eu o tempo todo!

A sombra dançava em meus olhos,

Era eu a noite lilás,

Ardendo as paisagens,

Infinitando os lábios dos amantes,

Perpassando sobre a sede dos corpos,

Entre os beijos sangrentos do amor,

Era o engano traído,

Mísero desdém do tempo que fugia,

Era eu o tempo todo,

Que estava a observar, com pequenas estrelas no céu,

E com a bela luz do luar...

Sereno trago o sono,

Ou apenas não o deixo dormir,

Para os fracos sou a acalento,

Para os fortes sou o descansar,

Escondo o que não queres ver, mostro o que queres olhar,

Porém não desdenhe de mim que posso sua vida levar...

Desfolhando as rosas,

Originando todo um luar eterno,

Dissipando o vento em retalhos,

Encenando minha falsa realidade,

Era eu - como tudo que amei e odiei.

Era eu a flor selvagem por trás dos campos nus,

Era simplesmente eu - o som de uma voz morta.

Era eu que gritava um som inaudível, porém só tu me escutavas,

Era a voz mais doce, eu era quem você amava,

Era o sustento e acalento das espécies,

Era o seu refúgio...

Têm quem me adora, outros me curtem e alguns me odeiam..

Cerco-me de conclusões inúteis, de fatos aleatórios

Faço-me e refaço de coisas vãs...

Porém pra mim não menos importante...

Hoje feneço sem teu corpo sobre o meu,

Para do resto - tentar fazer um pedaço puro,

E guardar em mim algo seu...

Dueto feito com a grande poetisa Cissah -

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=87652

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 10/02/2011
Código do texto: T2782796
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