Era eu o tempo todo!
A sombra dançava em meus olhos,
Era eu a noite lilás,
Ardendo as paisagens,
Infinitando os lábios dos amantes,
Perpassando sobre a sede dos corpos,
Entre os beijos sangrentos do amor,
Era o engano traído,
Mísero desdém do tempo que fugia,
Era eu o tempo todo,
Que estava a observar, com pequenas estrelas no céu,
E com a bela luz do luar...
Sereno trago o sono,
Ou apenas não o deixo dormir,
Para os fracos sou a acalento,
Para os fortes sou o descansar,
Escondo o que não queres ver, mostro o que queres olhar,
Porém não desdenhe de mim que posso sua vida levar...
Desfolhando as rosas,
Originando todo um luar eterno,
Dissipando o vento em retalhos,
Encenando minha falsa realidade,
Era eu - como tudo que amei e odiei.
Era eu a flor selvagem por trás dos campos nus,
Era simplesmente eu - o som de uma voz morta.
Era eu que gritava um som inaudível, porém só tu me escutavas,
Era a voz mais doce, eu era quem você amava,
Era o sustento e acalento das espécies,
Era o seu refúgio...
Têm quem me adora, outros me curtem e alguns me odeiam..
Cerco-me de conclusões inúteis, de fatos aleatórios
Faço-me e refaço de coisas vãs...
Porém pra mim não menos importante...
Hoje feneço sem teu corpo sobre o meu,
Para do resto - tentar fazer um pedaço puro,
E guardar em mim algo seu...
Dueto feito com a grande poetisa Cissah -
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