Era uma tempestade.
Os raios cruzavam o céu, rasgando o cinza.
Os estrondos ameaçavam, não tínhamos para onde ir.
Corremos para lados opostos, perdemos (no perigo) o convívio.
Desabitamos nossa companhia e nos tornamos parte da tormenta.
Apavorados, ecoamos nossos medos
na palidez dos relâmpagos
e na tortura de tantos segredos...
Éramos sós,
e nos procurávamos
nas gotas
enormes
das chuvas
em noites mornas
de Verão -
mas
apenas
estávamos
nos pequeninos pingos
de madrugadas frias
que a Poesia
trazia
e com o amanhecer
ia-se.