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Que Palavra Tu És?

Dueto feito com imenso prazer com um sagaz e talentosíssimo poeta,denominado Médico de Almas,parceria esta,que eu tive a imensa alegria indescritível de assim a iniciar.



No silêncio das palavras, escrevo, rabisco e desenho este universo, e de palavra em palavra construo e edifico meus ideais, ataco e defendo dissabores, e exteriorizo todo meu ser.
É de cada palavra que grita o silêncio, faz augurar todo o eu subtendido, reflete o espelho interior e faz de dia sol, toda noite calamitosa, pois a palavra é luz, refúgio e conforto, retorno ao cais, regresso ao porto.
Palavra é essência e a essência é um ser, tudo aquilo que somos, ou pensamos não ser, somos dela, a fração de um todo, dna fragmentado, exposto escarnado, libertino estirpado, uma razão única, o nosso abstrato reflexivo, a dor, o calor e a alma, o elo perfeito de nossas imperfeições, ar que dita sensações, perfume inebriante, entorpecente, cativante.
Indiscrição insensata,
Fração de cada segundo
de todos nossos instantes...
Que palavra tu és?

Com qual adjetivo te indentificas em tuas mais insólitas devassadas introspectivas abstrações?

Quais verbos fazem exalar de ti as tuas mais fervorosas, quiçá insanas até poéticas transmutações?

Qual será o substantivo esperto mais que certo,depurado e pouco modesto definidor de tuas andanças sem alucinações?

Como se grafa o vocativo revitalizador e amenizador das vis intempéries de tuas vãs ilusões?

Quais conectivos irônicos dispersos se amoldam em ti em meio às farpas de tuas amargas ingênuas confirmações?

E quanto aos advérbios quais te encontram no tempo deveras coeso, nos lugares sobremaneira corretos e ao modo serenando o inquieto dos teus balbuciares sem nexos esperançosos por estancar os teus passos sem chão?

Decifras tu tuas metáforas sadicamente perfilhadas nos meandros opacos de tuas sinapses pouco irrigadas com a abstração?

Vislumbras tu diante teus insensatos olhos chorosos e cansados os artigos escrachados, sarcasticamente debochados determinantes de algo sem macular tua visão?

Preciso dos rabiscos, projetos dos dejetos mal tratados, abandonados e orfãos certos, denominados dos teus nãos saberes ao certo quanto vale teus sonhares por algo bom, gramaticalmente salutares definidores da palavra que és por dom, me intrometo e faço versos politicamente incorretos, palavras que escancaram sem pudor, espreite as normas cultas sinceras, o vocabulário que se aglomera nos fartos e jocosos vãos, mesmo assim não assevero galgares tu tua própria adivinhação, de qual palavra tu és,sem sentir o soletrar do teu coração.

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 10/01/2011
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2719829
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