Estrofes ao Nada
I
Estrofes não serão o suficiente para dizer o que estou sentindo,
A dor esta apertando,
A primeira vez desta solidão.
É demais para mim,
Só acreditei quando não senti um respirar em meu pescoço,
Meus olhos te dizem o que?
Caminhando pelas palavras,
A metade de um tudo se transformou em meros absurdos,
E agora meu corpo é o ar do acaso.
II
Esses olhos meus, taciturnos e frigidos,
Esse seio meu que dissipa jardins sem donos,
Essa paisagem minha, forte e fraca como tudo que Amo,
Eu já fui à flor selvagem que regia os campos,
Os fins das tardes outonais aos olhos,
O licor nos lábios ébrios e lúcidos,
As águas fariséias e ocultas,
O sabor de ter o Nunca,
A falsa alma do acaso,
As vestes desnudas do ar,
O cerne da dor de um Ser...
E hoje – vago...
Não sei onde – nem para que...
I - Carla Calmon - (http://www.recantodasletras.com.br/autores/carlacalmon)
II - Diego Martins -