PEDRAS

Quando soprava seus cabelos,
O oceano cantou uma canção em meus ouvidos,
Tudo é possível no impossível deste mar infinito.
Sou eu, envolvida nos olhos que me enfeitiçaram,
Deitada na pedra que por mim passou...
Luar que me carrega, devolva minha luz,
Mar que transborda, faz minha voz chegar até o meu amor.
Esse mar que, impassível, sem pressa,
Lambe as pedras onde nos amamos,
Banha o suor e o leite...
Nessa manhã suave e quente de verão, retornamos.
Orquestra em ondas, gaivotas sobrevoam,
Este mar que ruge pela proa, vento vem nos acordar,
Com esse ar quente que voa pelo ar
E emite sons de violinos em Berlim,
Sussurrando contos eróticos no jardim da poesia,
Nos leva por essas ondas de magia sem fim.
Nesse amor crepuscular, amor diferente,
Amor ardente, dilacerado no seu calar,
Só o som pode tocar...
Nas águas desse mar de amor.
Na pedra que você deixou...

Paulo Alvarenga & Adriana Leal




Texto revisado por Marcia Mattoso