CAÇA II - André Zanarella - Henrique Cunha
CAÇA II
Sou Fera.
Predador.
Matador.
Na estratégia da solidão me faço de presa.
Estou à caça de humanos perdidos.
Cada qual num carro.
Nas ruas da cidade somos barcos encalhados.
Cada qual na mira do outro.
Serei a Caça?
Serei o Caçador?
Caçamos olhares perdidos
Olhares furtivos
Olhares baixo de prazer e delicia.
Fui criado adaptado para a caça
São as coisas da vida.
Não pedi para assim ser moldado
Tenho o mimetismo social da sociedade
Uso mascara e fantasias.
Minhas vestes são como colchas de retalhos
Hora se fazem coloridas e brilhantes
Hora se fazem desbotadas
Estou caçando fugindo da solidão
Somos manadas e bandos de vitimas e vilões
Eu sei de fatos e historias
Vejo os cadáveres caídos em nome do amor
Que triste eufemismo este o Amor.
Não seria mais Coito ou copula a palavra Amar?
Triste.
Tenho que ser forte para caçar e sair ileso
Roubo almas e apenas me pretejo.
Uso armaduras elásticas e contas quebradas
Cada qual tem sua historia de Caça e caçador
Medos.
Lamurias.
Dor.
Estamos perdidos e soltos no universo da Carência e do dito Amor
Andre Zanarella 20/05/2008
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Passa o tempo
passam valores
deparamos com perdas e arrependimentos
e na alusão aos desafetos
nós abrimos novamente a temporada de caça.
Somos adultos, maduros
e duros de caça.
Somos mais autênticos e exigentes
somos precavidos e vividos
pois a caça de ontem já não tens o mesmo sabor do hoje.
Às vezes só observamos os caçadores
pois da caça nada tens, do encanto
e de nosso canto, observamos apenas
quem os canta.
E isso nos encanta
e basta.
Henrique Cunha 20/05/2008