CICLOS III

CICLOS

Figos apodrecem no pé

O ciclo da vida se encerra

Quem não foi alimento visível será do invisível

Laranjas embolaram

O fungo se alimenta de nossos restos

Cresce como toda a criação

Cria cor, textura e cheiro

Antevejo a negação do ser

Vemos apenas a vida colorida

Vemos os sorrisos e nos afastamos das lagrimas

Somos todos portadores do mal

Vitimas da doença do egoísmo humano

Ira de Deus.

Em sua tal semelhança será que ele acertou?

Não passamos da parte má de Deus

Somos fruto do ódio divino.

Destruímos e matamos tudo ao redor

Somos a surra cósmica.

Os quatros cavaleiros do apocalipse em seus cavalos

Ânsia que impregna os mares de óleo e lixo.

Azia que queima nossas matas.

Dor no azul do céu

Nada é tudo. Afinal tudo são relativo e passageiro

Tudo é nada, pois não a reação sem uma causa

E até na inércia do santo há um mal

Ate quando?

Busco respostas em toques não respondidos

Roubo idéias para aceitar o que não tenho

Asma de Deus, somos.

Navios afundam e mesmo assim traz vida

Recifes nascem na ferrugem e no tempo

Caem aviões almas se libertam.

Somos escravos de um corpo algemado a solidão

Automóveis matam como as balas dos bons e dos maus

Some as idéias.

Os neurônios já não transmitem a eletricidade no segundo do pensar

Antes da morte a falta da coragem

Boca tremula a coragem para a morte

Antes da morte a falta da pontaria

Dói tudo ao entrar a cunha fatal

Onde acabaria?

André Zanarella 17-06-2008

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Ira de Deus! Que Deus?

É vítima e sou bandido, banido.

Sou a doença, a crença

sou fungo, sou ferrugem

corrompido e as interrompido

sem vida, sem nada

nunca amado, não mais

sou o medo, sou o estopim

sou a bomba do mundo moderno

sou a própria sorte lançada

e se tudo é conflitante

sou militante do exercito de um só homem

sou a própria guerra

a própria batalha

sou homem bomba

sou o roubo

mas nunca a morte

pois ainda conto com a sorte

do mais difícil

chegar aqui

o resto é fácil

quem entendes

ou para que entender

não posso nem me defender

conto com o compreender

para não mais sofrer

até o dia que eu mesmo resolver

o tempo parar

por não mais

poder amar.

Henrique Cunha 17-06-2008