REPARTIDA com Wasil Sacharuk
Cala o verso na boca
calo confuso na língua
colo versado que míngua
cisma a voz; canta rouca
Corta a língua da louca
boca, praga e mandinga
bafo de verve em moringa
a desinspiração bocomoca
Servem-me água parada
com cicatriz ainda aberta
peito para e me aperta
pena em lança; sai nada
Pedem quindim e cocada
em troca de amor e coberta
vendem a errada por certa
invertem o rumo da estrada
Calo o calo e caminho
verso e verbo comigo
sigo; não vou sozinho
conto com meus amigos
Cato para o meu ninho
beijo, comida e abrigo
queijo, lambida e vinho
acima e abaixo do umbigo
Sirvo da minha verve
que agora vai revivida
pena leve que escreve
toda a graça da lida
Agora eu saio da greve
de inspiração repartida
e deixo um até breve
para a parceira querida.
Lena Ferreira e Wasil Sacharuk