O Desalinho da Nossa Cama


A noite chega como um açoite solitário,
Rasgando minhas fantasias de amor contigo,
Enquanto meu corpo quente pede o seu santuário,
Profano sua pele numa carícia de exílio e castigo.

Por que me deixa com sede dos seus lábios,
No deserto desta madrugada sem seus beijos,
Molhando meu íntimo no som dos seus adágios,
Fazendo de mim, escrava eterna dos seus desejos?

Você me deixa rolando no desalinho da nossa cama,
Procurando pelo prazer, no mergulho da minha mão,
Por dentro da calcinha de renda, sentindo a chama,
De quem deseja o seu amor, com o pulsar da paixão!

No teu poema minha paixão em ti se eterniza,
Teu odor feito sabor aos meus lábios chega,
Memória do teu perfeito ardor me inferniza
Na lembrança do céu da tua pele meiga.

Saber-te em labaredas de mim, apartada,
Inquieta mais os meus inquietos gestos,
Procurando em meu corpo tua desejada espada,
Amando as tuas ancas em movimentos lentos.

Nossa cama em desalinho, é meu desatino,
Tua mão, desejo em mim, é a minha,
Teus doces sucos são do Olímpo, o tino
Para nunca te perder, de mim seres Rainha.


*Agradeço ao amigo escritor e poeta Nitoviana por este Mote sugerido e convite para este dueto.
Helen De Rose e Nitoviana
Enviado por Helen De Rose em 04/10/2010
Reeditado em 08/01/2021
Código do texto: T2536900
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