... NOSSO MAR EM RETALHOS... TEU VERSO EM MEU MAR
NOSSO MAR EM RETALHOS...
Saborear as horas como fatias de doce...
Os olhos faminto-perto de um cais ao longe...
Profundo oceano azul-invertido, horizonte labirinto...
A luz é o mastro e minha bandeira é o clamor...
O sol que abrasa em força, torna-se minha flor...
O gigante que vaga aos lumes que vejo...
Brinca na terra prometida...
Vontades proibidas lançadas como ancoras sem parada...
Brumas e feitiços fazem-me estrada
Ao ser que lançamos mão...
Dentre estrelas e escuridão...
Entre mariposas ou multidão...
Somos Nau Capitânia na imensidão...
Razões e razões...
O novo mar em retalhos...
Suaves pecados... Pedaços comentados
Razoável é o céu revolto que une os ventos e as tempestades...
Onde nunca é cedo e sempre é tarde!
Uma ave pinta o anil celeste em branco... Outono primaveril...
Vidas ao leme!
Tróia é o novo-antigo ponto...
Atracar helenas e Afrodites!
Faça-me parte e acredite!
A precisão é uma bússola que não podemos contar...
Nas idas e vindas do viver-mar...
Agarra as velas da vida, segue ao porto dos sonhos...
O mar que vejo...
Como lago límpido e belo dos olhos que quero...
Troco aqui uma palavra por um olhar...
Troco a sentença por um navegar...
Que o mar, este que nos recebe!!!
Que o coração pulse e revele...
Costas, seios, Bocas, Recifes ou Lacunas
Ao chegar...
Verga os cantos do sorrir e brilha! Sejas farol ou lua...
TEU VERSO EM MEU MAR
Derrama tuas mágoas em meu mar,
que em ondas e marés te afogo a dor.
E ruma p'ros meus braços, sem temor,
Com os remos dessas mãos de versejar.
Se sabes de paixão, como eu de amar,
Conduz esse teu barco de furor,
marujo e capitão do meu amor,
eu nau, barco fantasma a te esperar.
Te iludes que não vives o que escreves;
no vinho das palavras que hoje bebes,
encontras maresia e liberdade.
Mergulha, então, ao fundo do meu ser
e enfrenta a tempestade de viver,
p'ra não morrer na praia da saudade.
Otavio JM & Lílian Maial