Vida toda à meia luz
Minha inspiração vem de você
E com você ela se foi por si
É inevitável sofrer
Umas e outras poucas e boas por ti
Perdi-me do teu amor,
tão longe de saber voltar...
Perdi-me da poesia,
que só encontrava no teu olhar...
O amor fala quando a porta range
Ante a noite escura, na janela entreaberta
Comprimo minhas tensas falanges
Nas paredes da palavra incerta
Pelas frestas da noite, a luz do luar...
Palavras sussurradas buscam teus ouvidos
inquietas tentando teu amor encontrar
entre lágrimas, juras e gemidos...
É algo como objeto de devoção
Meus ouvidos solitários clamam
Pela tua voz em doce vibração
Meus sentidos todos lhe amam
E no espaço claustrofóbico do meu ser
Perco-me entre o sim e o não...
Ansiando teu amor pra aquecer,
teu toque pra pôr fim a essa fria solidão.
Distante tua projeção cálida
Sopra gélida pela calha
Tua dor em cor pálida
Feito avesso, fogo sobre a palha
Fios de corda envoltos no pescoço
Caminho tenso à escuridão
Preso ainda em meu torso
Teu prateado medalhão
Em noites como esta, de trevas n’alma...
Entre versos e vinho, as fotos são companhia.
A mesma lembrança que maltrata, acalma...
Entre essas mórbidas paredes sombrias...
O resultado aterrorizante de um adeus
Tudo parece pequeno e vão
Meus sonhos, misturados aos teus
Derramaram-se impuros ao chão
Na madrugada, sob a garoa fina que cai...
Saio em busca do elo perdido
o momento em que o amor nos trai
profetizando um final não pedido...
(Alex, grande honra ter meus singelos versos unidos aos seus!)