Vida toda à meia luz

Minha inspiração vem de você

E com você ela se foi por si

É inevitável sofrer

Umas e outras poucas e boas por ti

Perdi-me do teu amor,

tão longe de saber voltar...

Perdi-me da poesia,

que só encontrava no teu olhar...

O amor fala quando a porta range

Ante a noite escura, na janela entreaberta

Comprimo minhas tensas falanges

Nas paredes da palavra incerta

Pelas frestas da noite, a luz do luar...

Palavras sussurradas buscam teus ouvidos

inquietas tentando teu amor encontrar

entre lágrimas, juras e gemidos...

É algo como objeto de devoção

Meus ouvidos solitários clamam

Pela tua voz em doce vibração

Meus sentidos todos lhe amam

E no espaço claustrofóbico do meu ser

Perco-me entre o sim e o não...

Ansiando teu amor pra aquecer,

teu toque pra pôr fim a essa fria solidão.

Distante tua projeção cálida

Sopra gélida pela calha

Tua dor em cor pálida

Feito avesso, fogo sobre a palha

Fios de corda envoltos no pescoço

Caminho tenso à escuridão

Preso ainda em meu torso

Teu prateado medalhão

Em noites como esta, de trevas n’alma...

Entre versos e vinho, as fotos são companhia.

A mesma lembrança que maltrata, acalma...

Entre essas mórbidas paredes sombrias...

O resultado aterrorizante de um adeus

Tudo parece pequeno e vão

Meus sonhos, misturados aos teus

Derramaram-se impuros ao chão

Na madrugada, sob a garoa fina que cai...

Saio em busca do elo perdido

o momento em que o amor nos trai

profetizando um final não pedido...

(Alex, grande honra ter meus singelos versos unidos aos seus!)

Sil Castilho e Alex Fernando
Enviado por Sil Castilho em 10/08/2010
Reeditado em 27/04/2012
Código do texto: T2430607
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