DIGITAIS
Deixei minhas digitais
nos varais onde estendias tua roupa,
mas não estavas dentro dela
quando o sol, de barco a vela,
trouxe o vento ao meu encontro.
Lembro que eu, quase tonto,
abracei teu vestido branco
à procura do teu vulto.
Perdoa-me! Amar-te não é um insulto,
e minhas digitais nos teus varais
são quase iguais às letras simples
que minha poesia usa
quando tua blusa é roupa de um verso meu...
(MAURICIO C. BATISTA)
Eu estava à tua espera
navegando entre sonhos
para despertar com o teu abraço
e finalmente deixares tuas digitais nos meus varais
para ficar impresso o nosso amor…
Senti toda carícia do teu afago
quando abraçaste o vestido branco
que cobria meu corpo com tua poesia.
Tu declamavas em sussurros ardentes
que me desejavas como um amante carente
porque temias que meu vulto fosse só fantasia…
(ESTRELA BRILHANTE)