LAIVOS DE CRISTAIS

No fim da tarde,

Chuva fria, por pegadas,

Deixa gotas de cristais nos ramos

Que se debruçam em reverência,

Abraçando-as docemente!

A grama orvalhada reflete

Rutilantes cisalhas de prata,

Num eflúvio cálido de ternura,

Deixando corações enternecidos

E olhares maravilhados!

Pelas paineiras do vale,

A brisa passa leve e confusa

Com a voz sonora dos sinos

Que, soluçando versos cristãos,

Tremem na noite, arrancando melodias

Do seio do roseiral!

Magnetizam-se as cordas

Dos instrumentos da natureza!

O alvor silencioso da saudade e do fascínio

Descobre segredos, eletrizando miragens

Num rio de paz!

(Macris & Antenor Rosalino)