Sobre o amor
Estará na presença, no toque
Na ausência que sufoque
E deixe sempre um ar de esperar?
(Rogério Nascente)
Será perigo... Constante abrigo
No desejo incontido
E causa assim uma vontade de provar?
(Anne Oliver)
Estará na palavra amiga
No abraço que abriga
No olhar a acalentar?
(Rogério Nascente)
Será um carinho fraterno
Um compartilhar eterno
Em um sorriso de chorar?
(Anne Oliver)
Estará na voz que emudece
Quando a dor transparece
O incontido bem-querer?
(Rogério Nascente)
Será o olhar decifrável
De um precisar irrecusável
Porto seguro de chegar?
(Anne Oliver)
Estará no perfume que embriaga
Ao sentir a pessoa amada
Mesmo perto e não dizer?
(Rogério Nascente)
Será dizer adeus... Amando
Mesmo a ausência sufocando
Para um verdadeiro amor encontrar?
(Anne Oliver)
Mais que isso
Isso e muito mais...
Num misto
De agonia e de paz...
(Rogério Nascente)
Para um amar conciso
Que seja então viver...
Tudo isso
A iniludível entrega... De se perder
(Anne Oliver)
O amor está num lugar reservado
Que só sente o existir quem é amado
E vive entre a explosão e a calma.
(Rogério Nascente)
E amando o coração evoluciona
Em transformações que só conhece quem ama
Enfrentando tempestade excitante
Ou calmaria oscilante.
(Anne Oliver)
Mais que os sentidos sutis
Ele mistura perfis
Em uma intersecção
De alma a alma.
(Rogério Nascente)
Ritmando pulsar a dois
O amor cede a caprichos de pensamentos
Em infinita fusão de sentimentos...
De alma a alma.
(Anne Oliver)