Ruínas...

Inspiradora.
Outrora foi bela, detalhes no reboco mostram que houve dedicação e capricho.
Deve ter havido um jardim um dia.
As janelas já se abriram um pra deixar o sol iluminar o quarto...
Os muros não aparecem mas ja foram destaque.
Sei lá, vi muitas coisas naquelas ruínas.
As pessoas são ruínas de si mesmo.
Assim como aquela casa, elas perdem as telhas, perdem o reboco... perdem os ornamentos... fica o que se fez por dentro.
No caso da casa não deu pra ver...
Posso passar pelas frestas... Entrar no ambiente que seleciono... Ouvir as paredes gemerem o passado que cultivou.
Atijolados sonhos... Alguém passou por lá... Deixou as marcas que se fixaram na face... Ruínas em cima de bases sólidas.
Inspiradora...
Cada canto... Cada água... Duas águas a saborearem a mesma imagem...
As janelas estão fechadas...
Fachadas descolando as camadas de lembranças...
As pessoas moram em um templo... Por um tempo.


Texto: Nadia Rockenback e Josué Rodrigues Gomes
Imagem: Josué Rodrigues Gomes.


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