Impacientemente sem razão

Acenam-me as horas, calmamente

Como a debochar da minha impaciência

Logo eu, que tenho tanta urgência

Pela resposta prometida pelo tempo.

Os ponteiros do relógio se arrastam

E, sorrindo, observam minha aflição

Tento ocupar a minha mente, é inútil

O tic-tac tão moroso me enlouquece.

E assim tomado de urgente desafio

Por um fio abstenho-me de gritar

É que o tempo, por certo, indiferente

Escorrerá tranquilo, ignorando o desespero.

Debalde meus apelos absurdos

Cada minuto é o encaixe do destino

E na verdade, não há porquê tanta fissura

Se a ternura, definiu também nosso caminho!

Minas/Rio

Marçal Filho e Lena Ferreira
Enviado por Marçal Filho em 24/06/2010
Reeditado em 14/07/2015
Código do texto: T2339464
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