Entre o afã e o desejo
Pudesse eu...
contemplar teus olhos de oceano,
metáforas viajadas,
poemas delirantes em aquarelas,
soltaria minhas amarras
num distanciar lento
direcionado a mundos de ti,
num mergulho delirante,
e, no castanho anoitecer
seria a dança de sua alegria,
estações de toda vida
chegada imprevista.
Pudesse eu...
persuadir os desejos que te cercam,
teceria uma canção
para ouvir teu coração sonhar,
Deixaria que o afago
ditasse todos os arrepios
e, desvendaria teus segredos.
E, enquanto ouvia o arfar
de teus suspiros,
beijaria a amplidão dos teus sentires
para reorganizar o que há de mais
sagrado, entre o afã e o amor desejado.
Itabira MG/Natal RN